ANAIS :: 30º EIA - Bauru/SP - 2015 - ISSN : 1983-179X
Resumo: P070

Poster (Painel)


P070

Localização da fonte sonora em bebês de 11-17 meses: comparação entre prematuros e nascidos a termo

Autores:
CAVALCANTI, H.G.2, NUNES, A.D.S.2, SILVA, L.C.2, CUNHA, B.K.S.2, LIMA, H.S.S.2, OLIVEIRA, P.J.M.2, BALEN, S.A.2, PEREIRA JUNIOR, A.2
2 UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Resumo:
Resumo Simples

Introdução:De acordo com o Ministério da saúde (MS) 9,2% do total dos bebês nascem antes de 37 semanas gestação.A taxa de sobrevivência dos prematuros nascidos após as 28 semanas de gestação é superior a 90%. Isso significa que uma etapa crucial do desenvolvimento de vários sistemas cerebrais em bebês prematuros, incluído a audição, é realizada fora do útero materno, que é um poderoso filtro de estímulos sensoriais. Ao mesmo tempo que isso deixa os bebês prematuros mais expostos a estímulos sensoriais danosos, também permite interação social precoce e a estimulação sensorial com sons produzidos pelos cuidadores. Objetivo:Avaliar se a prematuridade do nascimento interfere no desenvolvimento infantil, em particular da função de localização da fonte sonora. Metodologia: Os sujeitos desta pesquisa foram quatro bebês prematuros e nove bebês a termo com idade cronológica entre 11 a 17 meses. Todos apresentaram desenvolvimento periférico da audição normal. Os bebês foram avaliados com as Escalas de Desenvolvimento Infantil Bayley III (EDIB) e com o teste de localização da fonte sonora . A análise foi feita de forma descritiva. Resultados: Os escores individuais das EDIB demonstram que o nível de desenvolvimento dos bebês a termo é inferior ao dos bebês prematuros. Enquanto todos os bebês do grupo prematuro apresentaram valores iguais ou acima da normalidade, 78% (7/9) dos bebês a termo apresentaram pelo menos alguma escala com valor abaixo da normalidade. Os escores das EBDI demonstram que o prejuízo dos bebês a termo é mais evidente na escala de linguagem, com os escores para linguagem receptiva e expressiva localizados abaixo da normalidade (7,3±3,4 e 6,6±2,3, respectivamente). Com relação à habilidade de localização da fonte sonora, os resultados indicam que o comportamento da maioria dos bebês prematuros está de acordo com o esperado para a idade, com apenas 25% (1/4) da amostra apresentando resposta indireta para cima ou para baixo ou sem resposta. No grupo a termo, 56% da amostra apresentou resposta indireta e 11% (1/9) não apresentou resposta. Todos os bebês localizaram os som da direita e esquerda. Quando comparamos os resultados da EBDI com os resultados do teste de localização, observamos que os escores da EBDI foram maiores nos bebês que localizaram para cima de forma direta em vez de indiretamente. Na localização para baixo não foi observado relação entre localização direta e escores do EBDI. Discussão: Nossos resultados indicam que a habilidade de localização sonora na nossa amostra em prematuros é melhor que a de sujeitos nascidos a termo, na idade de 11-17 meses. Existem várias hipóteses para explicar esses resultados, entre elas a exposição precoce ao estímulos sensoriais extra uterinos e a maior atenção dos cuidadores associados com a condição da criança prematura. Esses resultados são corroborados pelos escores nas EBDI, que apontam para um desempenho relativamente melhor de prematuros na escala de linguagem (receptiva e expressiva). Conclusão: Apesar dos riscos associados com a prematuridade, a experiência auditiva de boa qualidade pode contribuir positivamente para o desenvolvimento neurocognitivo, especialmente quando associada a interações sociais e deve ser promovida no cuidado de prematuros

Palavras-chave:
 bebê, habilidade de localização, prematuridade, cognição