ANAIS :: 30º EIA - Bauru/SP - 2015 - ISSN : 1983-179X
Resumo: P135

Poster (Painel)


P135

ESTRATÉGIAS TERAPÊUTICAS A PARTIR DE DADOS PERCEPTIVO-AUDITIVOS E ACÚSTICOS DE FALA EM SUJEITOS COM PERDA AUDITIVA UNILATERAL

Autores:
CRUZ, K.A.F.1, GOMES, I.1, PESSANHA, J.H.1, PACHECO, P.M.1, BRANDAO, M.A.1, LANZETTA, B.1, ALMEIDA, M.G.1, PESSOA-ALMEIDA, A.1
1 UFES - Universidade Federal do Espirito Santo

Resumo:
Resumo Simples

Introdução: Sabe-se que a produção de fala de sujeitos com DAU apresenta peculiaridades decorrentes da instabilidade na construção de ajustes de feedback acústico-articulatório. Esse estudo, por meio de descrição em modelo fonético, evidencia dados da evolução de ajustes glóticos, supraglóticos e de tensão muscular geral da fala desse sujeitos em prol da descrição e sistematização de fatores que podem permitir a elaboração de estratégias terapêuticas. Possibilita estabelecer indicadores sobre o método clínico, estratégias terapêuticas específicas e relações entre as esferas de percepção e produção de fala em sujeitos com DAU. Objetivo: Exemplificar a elaboração de estratégias terapêuticas de reabilitação auditiva determinadas a partir de descrições fonéticas de ajustes de fala em sujeitos com DAU. A partir de descritores acústicos e perceptivo-auditivos, visa discorrer sobre a aplicabilidade das ferramentas fonéticas como instrumento de definição de estratégias terapêuticas, sobretudo em casos nos quais há minuciosas e peculiares relações entre produção e percepção de sons de fala. Métodos: Estão sendo analisadas amostras da fala de sujeitos com deficiência auditiva unilateral, engajados em terapia fonoaudiológica em um hospital escola do Espírito Santo - Brasil. Em dados preliminares, apresentamos os dados de uma criança com 8 anos, sexo masculino, DAU devido meningite com 8 meses de idade e usuário de dispositivo auditivo de amplificação sonora unilateral. O Roteiro de análise perceptivo auditiva da fala elenca combinação de ajustes de qualidade vocal, atrelados aos dados de evolução e variabilidade – dinâmica vocal – tem sido correlacionado com as medidas acústicas da fala, por meio da extração automática gerada por script, que permitem a abordagem as representações espectrais das manobras de tensão muscular geral, ajustes fonatórios e ajustes supralaríngeos adotadas em fala espontânea audiogravada em contexto de terapia fonoaudiológica. Resultados: Por meio de ferramentas de descrição fonética (protocolo de percepção auditiva da fala e medidas acústicas) tem sido possível inferir estratégias terapêuticas, aqui apresentadas em três eixos temáticos: Eixo I - trabalho com feedback acústico articulatório: atividades auditivas e que envolvam o alcance de alvo acústico articulatório a partir das experiências auditivas de ajustes; Eixo II: Estratégias para ajustes supralaríngeos – nos quais há diminuição de extensão de articuladores e elevação de dorso de língua; Eixo III: trabalho com aspectos prosódicos que envolvem a tensão muscular geral, ajustes fonatórios e dinâmica vocal (variação de loudness e pitch, taxa de elocução e respiração). Conclusão: Para além do trabalho com habilidades auditivas, comumente descrita na literatura, sujeitos com DAU demandam de estratégias terapêuticas que considerem a relação indissociável o processamento auditivo e ajustes de produção de fala. Instâncias mais complexas de ajustes de qualidade vocal determinam habilidade de expressividade e são fundamentais no processo de produçnao e percepção de fala: a variabilidade e o modo no qual ele evolui os parâmetros de intensidade, frequência e duração em perspectiva prosódica e construção de alvos acústicos articulatórios permeiam os dados apresentados reforçam a validade da análise fonética no ambiente clínico para apontar evidências, metas e estratégias.

Palavras-chave:
 perda auditiva unilateral, abordagem terapêutica, acústica da fala, percepção auditiva