ANAIS :: 30º EIA - Bauru/SP - 2015 - ISSN : 1983-179X
Resumo: P104

Poster (Painel)


P104

Avaliação audiológica em portadores de Diabetes Mellitus Tipo I

Autores:
SILVA, B.C.S.1, MANTELLO, E.B.1, ANASTASIO, A.R.T.1
1 USP - Universidade de São Paulo

Resumo:
Resumo Simples

Introdução: Diversas pesquisas tentam identificar a relação entre o Diabetes Mellitus (DM) e os distúrbios da audição, no entanto, atualmente, inexiste um consenso audiológico e histopatológico, na literatura mundial, que correlacione essa alteração crônica como uma das etiologias da perda auditiva. Apesar disso, pesquisas têm demonstrado que mudanças histopatológicas em pacientes diabéticos alterariam o funcionamento da orelha interna, podendo causar, inclusive, alterações auditivas centrais. Objetivo: Comparar os resultados da avaliação audiológica básica entre indivíduos com Diabetes Mellitus Tipo I (DMI) e indivíduos saudáveis. Metodologia: Participaram deste estudo 40 indivíduos, com idades entre 18 e 30 anos, de ambos os gêneros, divididos em dois grupos, o grupo controle (GC) composto por 20 pacientes hígidos, sem queixas e alterações auditivas, semelhantes em gênero e idade ao grupo estudo (GE), formado por 20 pacientes com diagnóstico de DMI. Após inspeção otológica, todos os sujeitos foram submetidos à anamnese direcionada, audiometria tonal limiar, logoaudiometria e imitanciometria. Os dados foram analisados de forma descritiva e comparados por meio da análise de variância-Anova. O nível de significância foi fixado em 5%. Resultados: A partir das informações coletadas na anamnese verificou-se à presença de queixas otoneurológicas, que disseram respeito à ocorrência de zumbido e vertigem em 25% e 10% dos sujeitos do GC e 40% e 20% do GE, respectivamente. Nenhum participante da pesquisa relatou a presença de queixa auditiva. Ademais, 20% dos indivíduos diabéticos, apresentavam complicações diabéticas, a saber, nefropatia, neuropatia e retinopatia. Quando da comparação entre o GC e o GE não houve evidência de diferença estatística para os limiares tonais (todos os indivíduos apresentaram audição dentro dos padrões de normalidade), nem para os limiares de recepção de fala e os índices percentuais de reconhecimento de fala. Em relação aos dados obtidos na imitanciometria, constatou-se a presença de curva timpanométrica do tipo A, para todos os sujeitos (em ambos os grupos), indicando normalidade do sistema tímpano-ossicular. Os Reflexos Acústicos na condição contralateral (RAC), ocorreram nas frequências de 500, 1K, 2K e 4KHz em 85% dos indivíduos do GC e 45,4% do GE, sendo que 15% dos sujeitos do GC e 54,6% do GE apresentaram ausência deste, ao menos, em uma das frequências pesquisadas. Foi observado, ainda, um aumento no nível do RAC, estatisticamente significante, nos pacientes com DM I, nas frequências de 500Hz (0.0171), 1KHz (0.0003) e 2KHz (<0001). Conclusão: Conclui-se que, neste estudo, os indivíduos do GE apresentaram maior ocorrência de zumbido, vertigem e um aumento no nível do RAC, nas frequências de 500Hz, 1KHz e 2KHz em relação ao GC. Esses achados, na ausência de alteração de orelha média, poderiam ser sugestivos de alteração no funcionamento do VIII par craniano (nervo vestibulococlear), ainda que na ausência de queixa e/ou perda auditiva.

Palavras-chave:
 Diabetes Mellitus Tipo I, Testes Auditivos, Transtornos da Audição