ANAIS :: 30º EIA - Bauru/SP - 2015 - ISSN : 1983-179X
Resumo: P176

Poster (Painel)


P176

Nível de Atenuação Pessoal de protetores auditivos de inserção

Autores:
SILVA, B.G.1, CHAMMAS, T.V.1, ROCHA, C.H.1, MOREIRA, R.R.1, SAMELLI, A.G.1
1 USP - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Resumo:
Resumo Simples

Sabe-se que o ruído é um dos agentes físicos mais nocivos à saúde dos trabalhadores, e a sua exposição a intensidades prejudiciais pode causar perda progressiva e irreversível da audição (PAIR). Entre as medidas para minimizar a ação do ruído na audição está a utilização do protetor auditivo. Entretanto, questões referentes ao seu uso relacionam-se à sua efetividade, que pode ser mensurada com a obtenção do Nível de Atenuação Pessoal (NAP). A intersecção do NAP com orientações adequadas pode ser uma importante ferramenta de prevenção e conscientização dos trabalhadores. O objetivo deste estudo foi comparar os níveis de atenuação pessoal de um protetor auditivo de inserção em indivíduos com conhecimento sobre proteção auditiva e em indivíduos que receberam informações de colocação fornecidas pelo fabricante (apenas pela embalagem). Foram avaliados 36 indivíduos com faixa etária que variou de 18 a 64 anos de idade e que foram divididos em quatro diferentes grupos, sendo dois (G2 e G4) compostos por indivíduos com conhecimento prévio sobre protetores auditivos e sobre sua correta colocação e os outros (G1 e G3), que tiveram auxílio das informações fornecidas pelo fabricante (embalagem) antes das avaliações. Todos os indivíduos foram submetidos a duas avaliações para medir o NAP com o protetor auditivo de silicone do tipo plug, por meio do equipamento E-A-Rfit da 3M, e receberam orientações quanto aos cuidados e colocação adequada do protetor, sendo que G1 e G2, receberam essas orientações antes da segunda avaliação e os outros, somente ao término das duas. Para a análise estatística considerou-se os valores de NAP binaural. Foi utilizado o teste ANOVA para comparar se houve diferença entre o NAP das duas avaliações intragrupo e o teste Tukey Contrasts para comparação intergrupos. Considerou-se nível de significância de 5% (p<0,05). Como resultados, as médias do NAP obtidas na primeira e segunda avaliação por grupo foram, respectivamente, 19,33dB e 21,55dB (G1); 19,66dB e 21,32dB (G2); 21,25dB e 20,37dB (G3); e 22,30dB e 21,80dB (G4). Na comparação das médias do NAP intragrupo da primeira e da segunda avaliação, pode-se observar menor valor de p nos grupos G2 (p=0,184) e G1 (p=0,358) quando comparados aos grupos G3 (p=0,415) e G4 (p=0,759), mas sem diferença significante para nenhum deles. Quanto à comparação das médias do NAP intergrupo, não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes. Desta forma, não houve diferença estatisticamente significante entre o NAP do protetor auditivo para indivíduos com conhecimento sobre proteção auditiva e os orientados apenas pelas informações de colocação fornecidas pelo fabricante. Pôde-se observar que houve um aumento da atenuação após o recebimento das orientações (G1 e G2), ressaltando a importância de um treinamento específico para os trabalhadores. A questão da superproteção, que reduz a captação de sons importantes também deve ser mensurada, pois pode ocasionar acidentes de trabalho. Ressalta-se que esta amostra é pequena e deve ser aumentada para que possíveis diferenças entre os grupos possam ser observadas. Sendo assim, uma ferramenta capaz de medir o NAP dos protetores pode garantir qualidade e controle do processo de proteção auditiva dos trabalhadores.

Palavras-chave:
 audição, ruído, dispositivos de proteção das orelhas