ANAIS :: 30º EIA - Bauru/SP - 2015 - ISSN : 1983-179X
Resumo: 383-1

Prêmio


383-1

Medidas de imitância acústica de banda larga em crianças com perda auditiva sensorial severa e profunda e diferentes achados timpanométricos

Autores:
ARAÚJO, E.S.1,2
1 FOB-USP - Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, 2 HRAC-USP - Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais - USP

Resumo:
Resumo Simples

Introdução: A avaliação da integridade do sistema tímpano-ossicular é um pré-requisito para que o processo de diagnóstico audiológico infantil possa ser concluído com precisão, assim, muito discute-se em relação aos procedimentos utilizados na prática clínica para definir a presença ou ausência de problema condutivo. Nesse sentido, as medidas de imitância acústica de banda larga (MIA-BL) mostram-se como uma opção para o avanço na área. Objetivo: caracterizar as MIA-BL, com os estímulos tom puro e chirp, em crianças com perda auditiva sensorial de grau severo e profundo e diferentes achados timpanométricos. Metodologia: Foram avaliadas 187 orelhas de 98 crianças, de ambos os gêneros, na faixa etária de seis a 60 meses de idade, com diagnóstico prévio de deficiência auditiva sensorial de grau severo ou profundo. Para análise comparativa dos diferentes achados timpanométricos, as orelhas foram divididas em grupos de acordo com a pressão e compliância obtidas na timpanometria convencional. As MIA-BL foram realizadas por meio do sistema de medidas do Acoustics' Middle-Ear Power Analyzer - MEPA, versão 5.0, utilizando os estímulos tom puro e chirp, com faixa de frequência de 211 a 6000 Hz. Os dados obtidos foram analisados por meio dos testes estatísticos apropriados, sendo adotado nível de significância de 0,05. Resultados: Observou-se uma menor absorvância e admitância para as frequências baixas (258 a 750 Hz), atingindo seu máximo entre 3000 e 4800 Hz; e posterior diminuição após a frequência de 4008 Hz. O comportamento oposto foi observado para a magnitude da impedância. Tais medidas se correlacionaram com a pressão e compliância obtidos na timpanometria convencional, sendo que quanto mais negativa a pressão e menor a compliância, menores foram os valores de absorvância e admitância e maior a impedância do sistema. Para a fase da impedância foi obtido fase negativa para as frequências graves e positiva à partir de 4008 Hz, sugerindo que o sistema é dominado pelo fator rigidez nas frequências graves e massa nas agudas. Em relação à fase da reflectância, verificou-se que quanto mais negativa a pressão obtida na timpanometria convencional e menor o volume da orelha externa, têm-se menores valores de fase da reflectância. Na comparação entre grupos constatou-se que pressões negativas à partir de -100 daPa e compliâncias inferiores a 0,3 ml ocasionaram diferenças significantes nas MIA-BL, contudo, para o delay da reflectância não foi observado um padrão de resposta, apresentando ampla variabilidade entre frequências para esta medida. A comparação entre os estímulos tom puro e chirp demonstrou diferença em frequências baixas para a absorvância e magnitude da impedância, com maior reflexo da variação dos valores de compliância e pressão nos resultados obtidos com estímulo chirp. Conclusão: As características das MIA-BL estão relacionadas à condição de orelha média, considerando os valores de pressão e compliância e a frequência do estímulo teste, contudo, a maior precisão em identificar estas modificações foram para a absorvância, magnitude da admitância, fase da impedância e fase da reflectância. Evidenciou-se ainda que o estímulo chirp mostrou identificar de forma mais evidente as modificações de orelha média relacionadas à pressão e compliância.

Palavras-chave:
 Testes de impedância acústica, Otite média, Orelha média, Perda auditiva