ANAIS :: 30º EIA - Bauru/SP - 2015 - ISSN : 1983-179X
Resumo: P168

Poster (Painel)


P168

Saúde auditiva e qualidade de vida de músicos de uma orquestra sinfônica.

Autores:
LÜDERS, D.d1, GONÇALVES, C.G.O.1, LACERDA, A.B.M.1, SILVA, L.S.G.1, MELEK, T.H.R.1, FONTOURA, F.P.1, ALBIZU, E.J.1
1 UTP - Universidade Tuiuti do Paraná

Resumo:
Resumo Simples

Introdução: Nas últimas décadas, diversos estudos relatam danos na saúde geral de músicos, como problemas músculos-esqueléticos, emocionais e também os problemas auditivos, que podem interferir na sua carreira profissional e na sua qualidade de vida. Objetivo: analisar a saúde auditiva e a qualidade de vida de músicos da Orquestra Sinfônica do Parná. Método: participaram desse estudo 30 músicos, sendo seis (20%) do gênero feminino e 24 (80%) do gênero masculino, com idades variando entre de 33 a 54 anos, com média de 48,3 anos. Os 30 músicos, estão, em média há 24 anos na orquestra. Metodologia: Foi realizada audiometria tonal convencional e de altas frequências (audiômetro Madsen, modelo Itera II com fones TDH-39P para audiometria convencional e fones HDA200 para altas frequências, calibrados em dB NA) e aplicados dois questionários: um para levantamento dos sintomas auditivos e extra-auditivos e o questionário SF-36 para avaliação da qualidade de vida dos músicos. Resultados: Em relação à audiometria convencional, 16 músicos (53,33%) apresentaram limiares auditivos superiores a 25 dBNA em uma ou mais frequências, em uma ou ambas as orelhas, sendo os piores resultados em 3000 Hz, 4000 Hz e 6000 Hz. Entre os 16 músicos com resultados alterados, nove (56,2%) tocam instrumentos da família das cordas e sete (43,8%) tocam instrumentos da família dos metais. Em relação à audiometria de altas frequências, excetuando-se dois músicos (um violista de 52 anos e um violinista de 56 anos), todos apresentaram limiares auditivos superiores a 25 dBNA, com maior ocorrência nas frequências de 14000 Hz e 16000 Hz. Entre os músicos, 16 (53,3%) relataram zumbido e 10 (33,3%) relataram intolerância a sons intensos. Quanto à qualidade de vida dos músicos, os domínios que apresentaram menor pontuação foram “vitalidade” (65,3 pontos), que considera o nível de energia e de fadiga; “estado geral de saúde” (65,8 pontos), que avalia como o paciente se sente em relação a sua saúde global e “saúde mental” (65,9 pontos), que inclui questões sobre ansiedade, depressão, alterações no comportamento ou descontrole emocional e bem-estar psicológico. Os demais domínios obtiveram pontuação superior a 70, com melhor escore o domínio “capacidade funcional” (92,3 pontos), que avalia a presença e extensão de limitações relacionadas à capacidade física. Conclusão: 53,33% dos músicos da orquestra apresentaram perda auditiva, principalmente nas frequências de 3000 Hz, 4000 Hz e 6000 Hz, com grande ocorrência de zumbido e intolerância a sons intensos. Observou-se comprometimento da qualidade de vida em alguns domínios pesquisados. A perda auditiva, bem como outros sintomas auditivos, pode interferir na qualidade de vida dos músicos, uma vez que a audição é fundamental para essa categoria profissional.

Palavras-chave:
 Fonoaudiologia, Música, Audição, Perda Auditiva, Qualidade de Vida