ANAIS :: 30º EIA - Bauru/SP - 2015 - ISSN : 1983-179X
Resumo: AO004

Oral (Tema Livre)


AO004

Potencial Cortical em bebês ouvintes

Autores:
ROMERO, A.C.L.1, FRIZZO, A.C.F.2, ISAAC, M.L.1
1 FMRP USP - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP, 2 FFC-UNESP - Faculdade de Filosofia e Ciências

Resumo:
Resumo Simples

Introdução: os potenciais evocados auditivos corticais são de grande valia por fornecerem dados objetivos sobre a funcionalidade das estruturas corticais auditivas, e quantificar o período maturacional do sistema auditivo central. Na atualidade, o componente P1 é tido como marcador biológico do desenvolvimento auditivo em bebês. Quando realizados com estímulos de fala auxiliam na identificação dos aspectos acústicos específicos do sinal de fala auxiliando no direcionamento da reabilitação e no acompanhamento terapêutico de pacientes implantadas e/ou usuários de aparelhos auditivos de amplificação sonora. A literatura nacional ainda é escassa com relação aos potenciais corticais especialmente quando realizados com estímulo de fala em bebês, assim é importante pesquisar a forma como estes estímulos são processados pelo sistema auditivo durante este período da vida. Objetivo: descrever os achados do componente P1 do Potencial Cortical com estímulo de fala e de frequência em bebês ouvintes. Metodologia: participaram deste estudo nove crianças com dois anos ( = 2,5 meses) com sistema auditivo íntegro constatado por meio do Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico. O potencial cortical foi registrado no equipamento Biologic Navigator Pro e os componentes pesquisados em duas varreduras, com estímulos tonais diferindo quanto à frequência (frequente: 750Hz e raro: 1000Hz), e estímulos de fala /ba/-/da/ com duração de 180 ms cada, com intervalo interestímulo de 526ms na intensidade de 70 dBNA. Os estímulos foram apresentados aleatoriamente, num paradigma oddball com uma probabilidade de ocorrência do estímulo raro de 20% do total de 150 estímulos. Para o registro, os bebês assistiam a um vídeo (sem som). Foi realizada análise descritiva e inferencial e o teste de Shapiro-Wilk a fim de verificar a normalidade dos dados. Observou-se uma distribuição anormal, e então foi realizada a correlação de Spearman (p> 0,05). Resultados: O componente P1 foi observado em 100% dos sujeitos pesquisados. Com estímulo de fala os valores médios foram: OD: Latência de P1 = 117,8 ms e amplitude de P1 = 4,5 µV; OE: Latência de P1 = 86,6 ms e amplitude de P1 = 2,2 µV. Para o estímulo de frequência os valores médios foram: OD: Latência de P1 = 100,0 ms e amplitude de P1 = 4,0 µV; OE: Latência de P1 = 103,3 ms e amplitude de 4,6 µV. Na análise inferencial foi observada correlação entre a amplitude do componente P1 e a idade para o estímulo de frequência para orelha direita, foi observada correlação negativa forte (r = -0,9234; p = 0,0004), indicando que a amplitude do componente P1 diminui conforme a idade aumenta ou vice-versa. Conclusão: o componente P1 foi devidamente registrado nos bebês e mudou sua configuração em função da idade. No entanto, o uso do componente P1 como marcador biológico do desenvolvimento auditivo em bebês ainda requer mais pesquisas, especialmente com estímulos de fala para que seu uso clínico possa ser viabilizado.

Palavras-chave:
 potenciais evocados auditivos, bebê, maturação