ANAIS :: 30º EIA - Bauru/SP - 2015 - ISSN : 1983-179X
Resumo: P073

Poster (Painel)


P073

ESTUDO DA HABILIADE AUDITIVA DE RESOLUÇÃO TEMPORAL EM INDIVÍDUOS COM GAGUEIRA

Autores:
SCHMIDT, B.C.1, DUARTE, M.1, PINHEIRO, M.M.C.1
1 UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina

Resumo:
Resumo Simples

Introdução: É por meio da audição que temos acesso a uma boa produção de fala, tornando-nos capazes de detectar, identificar, discriminar, reconhecer os sons da fala para, posteriormente, compreendê-los e produzi-los. Esse processo de compreensão de um sinal acústico ocorre devido ao processamento auditivo (central). Um dos mecanismos auditivos incluso neste, é o processamento temporal, o qual a habilidade de resolução temporal está contida e alterações nesta geram dificuldades na percepção de estímulos que se modificam rapidamente. Estudos realizados com indivíduos gagos mostram que estes apresentam alterações nos aspectos temporais. Sendo assim, estes influenciam na fluência da fala. Objetivo: Avaliar a habilidade auditiva de resolução temporal em indivíduos com gagueira. Metodologia: Foram avaliados 14 indivíduos com gagueira, 12 do sexo masculino e dois sexo feminino, de nove a 32 anos, com idade media de 19,92 anos de idade. A gagueira foi classificada de acordo com o grau de severidade (de muito leve a muito grave) a partir do protocolo StutteringSeverityInstrument(SSI-4). Após, foram realizados dois testes para avaliar a habilidade de resolução temporal: Gaps in Noise– GIN, no qual foram analisados o limiar de acuidade temporal e a porcentagem de reconhecimento de gaps no ruído; e Random Gap Detection Test – RGDT, no qual foi analisado, por frequência e a média geral, o limiar de acuidade temporal em que o indivíduo conseguiu perceber dois tons. Resultados: Encontrou-se maior ocorrência de indivíduos com gagueira de grau de severidade classificada como leve. A média do limiar de acuidade temporal da população estudada no teste GIN da foi de 5,5ms na orelha direita (OD) e 5,71ms na orelha esquerda (OE), sendo a média da porcentagem de reconhecimentos de gaps de 67% na OD e de 68% na OE. No teste RGDT a média dos limiares na frequência de 500Hz foi de 9,28ms, na de 1000Hz foi de 10,71, em 2000Hz foi encontrada média de 9,64ms e na frequência de 4000Hz foi de 8,57ms. Já a média geral de acuidade temporal para o RGDT ficou em 9,6ms. Foi encontrada alteração de resolução temporal em 42% da população para o teste GIN e 78% para o teste RGDT. Os indivíduos com grau muito leve apresentaram limiares de acuidade temporal no GIN e no RGDT piores quando comparados ao (único) indivíduo classificado com gagueira grave. Conclusão: A habilidade de resolução temporal está alterada na maior parte da amostra, sendo que no teste RGDT os indivíduos apresentaram pior desempenho do que no GIN. Não foi verificada correlação entre o grau de severidade da gagueira com o desempenho dos participantes nos testes que avaliam a habilidade de resolução temporal. Recomenda-se que os aspectos do processamento temporal, em especial a habilidade de resolução temporal, seja enfatizada na terapia dos indivíduos com gagueira.

Palavras-chave:
 Gagueira, Percepção auditiva, Audição, Testes auditivos