ANAIS :: 30º EIA - Bauru/SP - 2015 - ISSN : 1983-179X
Resumo: P047

Poster (Painel)


P047

AUTOAVALIAÇÃO DA AUDIÇÃO E AQUISIÇÃO DE PRÓTESES AUDITIVAS POR ADULTOS DE MEIA IDADE E IDOSOS

Autores:
OTAVIO, A.C.C.1, CORADINI, P.P.2, TEIXEIRA, A.R.1
1 UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2 COMUNICARE - Comunicare Aparelhos Auditivos

Resumo:
Resumo Simples

Introdução: nos últimos anos, houve crescimento do número e da idade dos idosos. Considerando a audição, prevalece, nesta população, a perda auditiva denominada presbiacusia; esta, que é uma alteração degenerativa própria do envelhecimento, tem seu início, aproximadamente, entre a terceira e a quinta década de vida. A presbiacusia, no idoso, contribui, diretamente, para déficits na comunicação e, indiretamente, para problemas como depressão, isolamento e, possivelmente, demência. No adulto de meia idade, vem somar-se ao conjunto de alterações biopsicossociais característicos da fase. O tratamento inclui o uso de prótese auditiva, as quais apresentam baixos índices de uso efetivo, segundo a literatura especializada, independentemente do país estudado, apesar da elevada prevalência da presbiacusia. Já sendo conhecidas as desvantagens da presbiacusia e as etapas do tratamento, há necessidade de compreender os determinantes para a aquisição de prótese auditiva. Objetivo: verificar se a autoavaliação da audição é um preditor para a aquisição de prótese auditiva. Métodos: estudo de caráter quantitativo, transversal, descritivo e observacional. Foram critérios de inclusão: diagnóstico de perda auditiva, indicação médica de uso de prótese auditiva, assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido e colaboração com os procedimentos do estudo. Foram critérios de exclusão: não aceitar participar voluntariamente, não realizar algum procedimento do estudo ou apresentar histórico de alteração cognitiva, psiquiátrica ou neurológico. Participaram do estudo sujeitos que procuraram um centro auditivo seleção de prótese auditiva. Durante a anamnese, o sujeito respondia a seguinte questão: “Em uma escala de 1 a 10, sendo 1 a pior e 10 a melhor, como você avaliaria sua capacidade de ouvir?”. Destaca-se que esta questão foi traduzida e adaptada pelos pesquisadores, sendo a questão original “On a scale from 1 to 10, 1 being the worstand 10 being the best, how would you rate your overall hearing ability?” Na sequência, os indivíduos realizaram audiometria, seleção de prótese auditiva, experiência domiciliar e optaram pela aquisição ou não do dispositivo. As variáveis foram associadas e analisadas estatisticamente utilizando-se os testes Shappiro Wilk, Mann Whitney e Exato de Fischer, as análises foram realizadas no SPSS versão 2.0 e foram aceitos níveis de significância de 5%. Esta pesquisa foi aprovada por Comissão de Pesquisa e Comitê de Ética. Resultados: A amostra foi composta por 32 sujeitos, sendo 59,4% mulheres. A média de idade foi 71,41±12,14 anos. A autoavaliação da audição, variou entre 2 e 9 pontos. Verificou-se que 71,9% adquiriram prótese auditiva. Não houve associação entre a pontuação na autoavaliação e a aquisição de prótese auditiva (p=0,263). Os percentuais de aquisição de acordo com a pontuação atribuída à audição foram: entre 2 e 5 pontos, 64,7% adquiriam prótese auditiva; entre 6 e 7 pontos, 76,09%, e entre 8 e 9, 50% compraram o dispositivo. Considerando a autoavaliação entre 2 e 7 pontos, 70% adquiriram, demonstrando chance de adquirir 2,3 vezes maior do que de não adquirir. Conclusão: há indícios de que baixos escores na autoavaliação conduzem à aquisição de prótese auditiva, embora, na amostra estudada, não tenha sido comprovada associação significativa.

Palavras-chave:
 perda auditiva, auxiliares de audição, idoso, adulto