ANAIS :: 30º EIA - Bauru/SP - 2015 - ISSN : 1983-179X
Resumo: AO038

Oral (Tema Livre)


AO038

EXPOSIÇÃO AO RUÍDO E MONÓXIDO DE CARBONO EM PESCADORES INDUSTRIAIS DE SANTA CATARINA

Autores:
ALBIZU, E.J.2, GONÇALVES, C.G.O.1, LACERDA, A.B.1, COSTA, L.D.1,2
1 UTP - Universidade Tuiuti do Paraná, 2 FUNDACENTRO - Ministério do trabalho e Emprego

Resumo:
Resumo Simples

A pesca comercial é considerada uma das atividades profissionais mais perigosas do mundo e a exposição contínua ao ruído elevado, seus efeitos, aliados às condições de trabalho contribuem para a elevação do risco. Objetivo: analisar a audição de pescadores industriais de diferentes funções nas principais modalidades da pesca industrial do Estado. Método: Trata-se de um estudo de coorte histórica retrospectiva, desenvolvido no período de 2007 a 2013. Constituiu-se na aplicação de questionários para caracterização das condições de trabalho e anamnese audiológica ocupacional, avaliação dos níveis de pressão sonora a que os pescadores estão expostos caracterizando-se o risco de perda auditiva entre os pescadores, avaliação da exposição ao monóxido de carbono realizada utilizando tubos colorimétricos da marca Drager posicionados na lapela da camiseta dos pescadores na zona respiratória, durante a jornada normal de trabalho de um dia e avaliação audiológica através de audiometria tonal liminar. Resultados: Foram analisados 466 pescadores industriais do sexo masculinos, com idade entre 18 a 67 anos (média de 43,08 anos e o desvio padrão de 10,38; a maioria na faixa etária de 40 a 49 anos - 31,76%;), todos com contrato de trabalho formal, com tempo de serviço como pescador industrial de 1 a 51 anos (média de 23,31 anos e desvio padrão de 25,5), com ensino fundamental incompleto (65%), 87% casados ou em união estável. O zumbido foi a queixa mais frequente, 59,3% fumam. Os níveis de pressão sonora encontrados variaram de 78,6 dBA (Leq) a 92,6 dBA (Leq) sendo na função de motorista a mais exposta ao risco. A exposição ao monóxido de carbono estava acima do permitido. Os exames audiométricos realizados nos pescadores industriais indicaram 68% com alterações dos limiares auditivos, dos quais 57% sugestivos de perda auditiva induzida por ruído e 10% não sugestivos, as perdas auditivas aconteceram a partir de 10 anos de exposição, conforme aumenta o tempo de profissão e consequentemente a exposição (em anos) ao ruído os limiares auditivos pioram. Calculadas as razões de prevalências, o motorista tem 78,8% para perda auditiva induzida por ruído, seguido pelo contramestre (65%), cozinheiro (61,5%), mestre (57,6%), pescador (53,8%). Em relação aos equipamentos de proteção individual, e importa a este estudo o protetor auricular, foi verificado in loco que, as empresas disponibilizam aos que trabalham na casa de máquinas, os motoristas e auxiliar de motorista, protetores tipo concha, em sua maioria, e tipo plug. Os protetores ficam localizados na entrada do setor e é utilizado por estes funcionários. Observou-se que em algumas embarcações, o equipamento está deteriorado e necessita ser substituído. Conclusão: Apesar dos riscos, a prevenção das perdas auditivas é dificultada pois o uso de protetor auricular não é viável a não ser na casa de máquinas, sendo necessária a aplicação de outras medidas de controle, de caráter coletivo, principalmente nos alojamentos. A exposição ao monóxido de carbono poderia ser controlada com motores e escapamentos mais adequados e um trabalho sobre o tabagismo.

Palavras-chave:
 Perda Auditiva Induzida por Ruído, pesca, audição