ANAIS :: 30º EIA - Bauru/SP - 2015 - ISSN : 1983-179X
Resumo: P014

Poster (Painel)


P014

Frequência de diagnósticos neuropediátricos em um Serviço de Atenção à Saúde Auditiva

Autores:
FIALHO, I.M.1, POZZI, C.M.1
1 UNIVALI - Universidade do Vale do Itajaí, 2 UNIVALI - Universidade do Vale do Itajaí

Resumo:
Resumo Simples

Introdução: O Serviço de Atenção à Saúde Auditiva é um serviço de referência e presta atendimento a diversos municípios, englobando a alta e média complexidade dentro do Sistema Único de Saúde. Dispõe de uma equipe especializada multidisciplinar para avaliação e orientação terapêutica. A perda auditiva (PA) é condição incapacitante, com repercussões no desenvolvimento cognitivo, social e emocional do indivíduo e, portanto, cursa com maior frequência de condições neuropsiquiátricas associadas, dentre elas deficiência mental, dificuldade de aprendizado, atraso no desenvolvimento, deficiência visual e autismo, entre outras comorbidades. Objetivo: verificar a freqüência de comorbidades neuropsiquiátricas observadas na PA na infância e os principais diagnósticos em neurologia pediátrica nos pacientes ouvintes, encaminhados para diagnóstico diferencial. Metodologia: Foram realizadas 523 consultas em neurologia pediátrica com a finalidade de avaliar um total de 326 pacientes, no período de março de 2012 a junho de 2014. Todos os pacientes foram submetidos a anamnese, exame físico e neurológico, consulta com otorrinolaringologista, avaliação audiológica, fonoaudiológica e psicológica. Variáveis como idade, gênero, diagnóstico e comorbidade foram analisados. Resultados: Dos 326 pacientes atendidos, 62% eram meninos, com idade entre 0 e 21 anos (média de 3,97 ± 4,11 anos). Os pacientes com perda auditiva totalizaram 27% e as principais comorbidades foram Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) (5%), deficiência mental (7%), paralisia cerebral (11%), dificuldade escolar (11%), transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (3,4%) e transtorno de ansiedade (3,4%). Os principais diagnósticos encontrados entre os pacientes ouvintes foram (TEA) (9%), Encefalopatias Crônicas (incluindo deficiência mental e paralisia cerebral) (10%), síndromes genéticas (6%), dificuldade escolar (3,4%) além de pacientes avaliados por serem lactentes de risco (histórico de prematuridade, gemelaridade, icterícia, falha no teste da orelhinha) (22%) ou apresentarem atraso de linguagem sem outra especificação (7%). Conclusão: A avaliação em neurologia pediátrica no Serviço de Atenção à Saúde Auditiva contribui na elaboração do diagnóstico final avaliando comorbidades nos pacientes com PA ou mesmo definindo o diagnóstico nos pacientes ouvintes. Pode-se observar uma freqüência considerável de transtornos no neurodesenvolvimento nesta amostra, sendo fundamental a identificação dos mesmos bem como a adequada orientação e intervenção terapêutica.

Palavras-chave:
 Perda auditiva, criança, transtornos do desenvolvimento