ANAIS :: 30º EIA - Bauru/SP - 2015 - ISSN : 1983-179X
Resumo: P109

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P109

OCORRÊNCIA DE ALTERAÇÕES AUDITIVAS EM CRIANÇAS SUBMETIDAS À QUIMIOTERAPIA

Autores:
SILVEIRA, A.S.1, ROGGIA, S.M.1
1 UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina

Resumo:
Resumo Simples

Introdução: No Brasil, o câncer corresponde a primeira causa de morte em crianças maiores do que cinco anos de idade. Dentre as formas de tratamento destacamos a quimioterapia, na qual compostos medicamentosos são usados para destruir as células doentes. Os quimioterápicos atingem tanto as células doentes quanto as células saudáveis e, sabe-se que alguns compostos são altamente tóxicos ao sistema auditivo. A destruição das células da cóclea leva a uma diminuição da acuidade auditiva, podendo comprometer o desenvolvimento da linguagem e levar o paciente a ter problemas sociais e emocionais. Objetivo: Verificar a ocorrência de alterações auditivas em crianças submetidas à quimioterapia. Metodologia: Esta pesquisa é de caráter retrospectivo descritivo e ocorreu em um Hospital Infantil, no qual foram analisadas as avaliações audiológicas de oito sujeitos, entre cinco e 15 anos de idade, que realizaram tratamento quimioterápico contra o câncer. Foram selecionados apenas os sujeitos que haviam realizado pelo menos duas avaliações audiológicas. Os resultados obtidos em todas as avaliações audiológicas realizadas pelos sujeitos foram coletados nos prontuários dos mesmos. Foram analisados exames de Audiometria Tonal Liminar, Logoaudiometria, Timpanometria e Reflexos Acústicos. Os dados coletados foram comparados com o padrão de normalidade para a faixa etária de cada um dos sujeitos. Além disso, analisou-se se houve alguma modificação nos resultados de cada um dos exames de uma avaliação audiológica para outra. Resultados: Verificou-se que apenas 12,5% dos sujeitos apresentaram perda auditiva quando considerada a média dos limiares auditivos nas frequências de 500, 1000 e 2000 Hz para o cálculo do grau de perda auditiva. No entanto, ao ser considerado as médias dos limiares obtidos nas frequências baixas, médias e altas constatou-se que houve piora nas frequências baixas em 25% dos sujeitos, nas frequências médias em 12,5% dos sujeitos e nas frequências altas em 50% dos sujeitos. O tipo de perda auditiva constatado foi do tipo neurossensorial, simétrico e de configuração audiométrica descendente. Apesar dos poucos sujeitos estudados, o sujeito que teve limiares auditivos piores foi o que permaneceu mais tempo em tratamento. Conclusão: Diante das alterações encontradas pode-se concluir que é importante que crianças submetidas à quimioterapia realizem acompanhamento audiológico a fim de detectar precocemente a ototoxicidade para que medidas cabíveis possam ser tomadas.

Palavras-chave:
 quimioterapia, antineoplásicos, criança, testes auditivos