ANAIS :: 30º EIA - Bauru/SP - 2015 - ISSN : 1983-179X
Resumo: 286-1

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286-1

PROCESSAMENTO TEMPORAL, ESCUTA DICÓTICA E COGNIÇÃO EM IDOSOS COM DOENÇA DE ALZHEIMER

Autores:
VIACELLI, S.N.A.1
1 UNIFESP-EPM - UNiversidade Federal de São Paulo

Resumo:
Resumo Simples

Objetivo: Verificar a escuta dicótica e o processamento temporal e correlacionar com os aspectos cognitivos em idosos sem e com doença de Alzheimer na fase inicial. Métodos: participaram 63 idosos, 68,3% gênero feminino, com idades variando entre 60 e 84 anos, tendo no mínimo quatro anos de escolaridade e limiares de audibilidade abaixo de 60 decibéis nível de audição. 21 idosos compuseram o grupo com doença de Alzheimer em estadiamento leve e 42 idosos sem a doença formaram o grupo controle. Foram obtidos limiares de audibilidade, desempenho no Teste Dicótico de Dígitos e Teste Padrão de Frequência. Quanto ao aspecto cognitivo, este foi analisado por meio da Escala de Avaliação da Doença de Alzheimer e da presença de depressão, por meio da Escala de Depressão Geriátrica. Resultados: a maioria dos idosos mostrou limiares de audibilidade classificados como normal ou perda leve do tipo neurossensorial. Os grupos apresentaram o mesmo perfil quanto ao gênero, idade, escolaridade, limiares de audibilidade. O grupo com doença de Alzheimer apresentou maior número de indivíduos com alteração cognitiva (38,1% de idosos) e maioria de idosos com depressão (80,9%). O reconhecimento de fala em escuta dicótica foi semelhante, da orelha direita em relação à esquerda. A resposta de imitação facilitou o desempenho em ordenação temporal. No grupo com doença de Alzheimer, os idosos com alteração cognitiva mostraram reconhecimento de fala pior, à orelha direita na escuta dicótica, do que os idosos sem esta alteração, com significância estatística. Ainda neste grupo, a ordenação temporal foi pior no grupo com suspeita de depressão em relação aos idosos do mesmo grupo com doença de Alzheimer sem depressão. Conclusão: verificou-se uma comorbidade entre doença auditiva central e envelhecimento, com ou sem doença de Alzheimer. Tanto agravos cognitivos como a depressão podem piorar habilidades auditivas em escuta dicótica e em ordenação temporal. Os testes auditivos para avaliar a escuta dicótica com sons familiares e a ordenação temporal de sons breves e sucessivos de diferentes frequências podem ser utilizados para avaliar a presença de doença auditiva central em idosos com ou sem alteração cognitiva e na fase inicial da Doença de Alzheimer.

Palavras-chave:
 Cognição, Doença de Alzheimer, Percepção auditiva, Idoso, Doenças auditivas centrais.